segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

"Visões da Morte" (Gary Braver)


Mais um lançamento surpreendente da Editora Jangada. Estou contando os minutos para ter em minhas mãos este livro e poder devorar cada linha. E, claro, compartilhar com vocês esta trama arrepiante!




Muitos se questionam sobre a vida depois da morte. Quem nunca parou para tentar adivinhar o que acontece logo após sua partida? Mas, e se não houvesse a necessidade de estar morto para ter a absoluta certeza de que a dimensão celestial realmente existe? Porém, e se, por outro lado, desejassem sua morte justamente por conta desta revelação? Seria um alto preço a pagar por sua descoberta?

Nesta trama eletrizante, Zack Kashian, um aluno de pós-graduação, mergulha em um estado de coma depois de sofrer um trágico acidente de bicicleta. Alguns meses se passam e o protagonista desperta sussurrando o Pai-Nosso no idioma original, o aramaico.

Este evento atrai os holofotes da mídia, de devotos religiosos exaltados e de uma comunidade de neurocientistas que investiga em segredo as vivências de quase morte. Eles teriam encontrado provas concretas de existência depois da morte? Ou os fatos estão conectados a uma disciplina conhecida como neurobiologia, como supõe uma das pesquisadoras do grupo, a jovem Sarah Wyman?

Ao mesmo tempo em que todos se esforçam para compreender as aterradoras experiências fora do corpo, poderes sombrios, para os quais as vivências de quase morte chegam a ser ofensivas, convocam um cruel assassino que, em nome do Criador, será capaz de qualquer recurso para eliminar o projeto e todos que a ele se conectam.

Editora: Jangada, 2012

Autor: Gary Braver

Origem: Nacional
Edição: 1

496 Páginas

Preço: R$ 39,90

Capa: Brochura

Formato: Médio






quarta-feira, 14 de novembro de 2012

"A Fada" (Carolina Munhóz)

Pessoal, aproveitando a reedição de A Fada, da Carolina Munhóz, pela Fantasy/Casa da Palavra, posto aqui finalmente a resenha já publicada no site Infoescola. Para mim, foi uma leitura inesquecível; deve ser livro de cabeceira de todos os apaixonados pelos seres encantados.


Reedição de A Fada

Poucas narrativas me levaram a uma identificação tão completa como a tecida por Carolina Munhóz. Sua fada não é um mero produto da fantasia humana, e sim real e concreta como cada um de nós. Ela não está mergulhada em um universo etéreo e encantado, e sim numa profunda crise existencial.


As desventuras de Melanie Aine, Mel para os íntimos, têm início na comemoração de seus 18 anos; finalmente, depois de alimentar tantos sonhos e desejos, ela conquista a oportunidade de ter a celebração de seu aniversário, com direito a festa surpresa e até mesmo a um presente, um misterioso livro de encantamentos.

Ainda não pode contar com amigos entre seus convidados, pois sua casa isolada na Epping Forest, que mais parece um castelo medieval, é distante o suficiente de Londres para não atrair colegas de escola; além disso, a sensação de ser diferente de todos não é muito animadora em termos de popularidade no colégio. Assim, a festa se resume à presença dos pais e de um casal de amigos.

Um presente! Além de uma festa, estava recebendo um presente no dia do meu aniversário. Ninguém conseguiria entender a imensa felicidade que senti. Os fogos de artifício explodindo no peito. A sensação de ser uma pessoa normal. Ter pais normais. Pais que davam presentes em datas comemorativas.
Recebi um livro grosso, marrom, muito velho, com uma aparência até mofada. Mas não ligava. Porque ele era meu. Havia sido dado por meu pai.

A chama de alegria e choque que anima a alma de Mel logo se apaga. Ao tentar adormecer, é surpreendida com uma dor lancinante na lombar, acompanhada de um aroma intenso de algo queimado. Surge assim, nas suas costas, a imagem de uma fada, como se fosse uma tatuagem em sua pele.

Neste momento, porém, a protagonista está ocupada demais para refletir sobre o estranho evento, pois surpreende seu pai aos berros, e segue em seu socorro. A partir deste momento, tudo acontece muito rápido; sua vida se transforma definitivamente e ela parece ingressar em um pesadelo sem fim.

Mel perde o pai, descobre que é uma fada e sua mãe parte para a dimensão de Fairyland, atravessando um portal mágico e deixando a filha perplexa e sozinha no mundo dos humanos. Cabe à Ciale governar este reino no lugar da jovem, até que ela possa assumir seu trono; mas isto só vai ocorrer depois que a protagonista cumprir sua missão na Terra.

Jovens costumam ganhar presentes caros, passagens aéreas ou festas surpresas em aniversários de dezoito anos. Eu ganhei o falecimento do meu pai, o abandono de minha mãe, uma estranha tatuagem e a descoberta de que não era humana.  (...)
Até minha mãe, que deveria me acompanhar para o resto da vida, havia me abandonado feito uma cegonha sem apego. Com isso, tornei-me uma pessoa pessimista, algo estupidamente parecido com uma velha amargurada olhando a vida passar de uma janela ou algum troll de internet descontando sua fúria nos posts de um blog de pouco acesso.




Ela, porém, desconhece totalmente o seu destino, está perdida, sem rumo, imersa em uma tristeza infinita. Mel chora pela perda do pai e pelo suposto abandono da mãe, e seus únicos amigos são os italianos Olinda e Vincento. Mas em um dia muito especial, 23 de outubro, a garota conhece o menino Patrick e Arthur Wales, descendente de uma família de bruxos, duas presenças masculinas essenciais em sua vida.

Enquanto vive um romance turbulento com Arthur, Mel tenta encontrar sua própria identidade, um lugar no seu mundo, e a si mesma, pois só assim poderá finalmente compreender que tarefa sagrada a mantém ligada à esfera humana. Em alguns momentos ela sente emergir de um recanto em sua alma algo semelhante à felicidade; os outros momentos de sua existência são povoados por medos, dúvidas, angústias e revolta.

Os difíceis momentos vividos por Mel simbolizam, sem dúvida, o ritual de transição vivenciado por cada um de nós em busca de um sentido para nossas vidas, principalmente na adolescência e na juventude. Daí a identificação que o leitor pode sentir em relação à protagonista.

Senti-me estranha. Vazia. Notei que, por ser diferente, estagnei. Perdi a sensação gostosa de viver aproveitando cada minuto. Como se fosse o último.
Se pudesse suplicar por um desejo, pediria por essa sensação pelo menos por alguns segundos. Apenas isso. Quando tememos nosso destino, ficamos preocupados. Ao saber que algo vai interferir em nossa jornada, tememos aproveitá-la. Havia decidido. Mesmo decepcionada, precisava descobrir a minha missão. Ninguém poderia me ajudar.
Apenas o dono daquele olhar cativante.

Cada parte é precedida por uma bela ilustração e pela demarcação temporal e espacial da narrativa; a trama se desdobra a partir de uma epígrafe que resume a essência da história: o quanto é fundamental que se acredite nas fadas para que elas possam sobreviver. A citação é extraída da clássica obra de JMM Barrie, Peter Pan.

A viagem do leitor pelas 222 páginas deste livro traz surpresas e revelações sem fim, até a conclusão inesperada da narrativa; confesso que quase sempre consigo antever o final de uma obra, mas este realmente me surpreendeu. E devo dizer também que me encantou, não sei se vocês vão concordar comigo. Afinal, é sempre estimulante quando uma obra consegue provocar alguma polêmica.

A leitura dos agradecimentos finais é também muito ilustrativa, pois dá a entender que, em algum momento, Carolina teve contato com fadas, e por esta razão elas protagonizam sua história, a qual é certamente dedicada a estes seres mágicos e iluminados. Como a Mel que passou como um raio por sua vida e inspirou este livro.

A Mel entrou nela rápido e da mesma forma saiu, mas a marca que deixou em mim foi profunda e acho que nunca a esquecerei. Fiz-lhe uma promessa, de vencer, de realizar meus sonhos! (...) A única coisa de que tenho certeza é que um dia irei reencontrá-la. Nesta ou em outra encarnação!




Carolina Munhóz é jornalista e escritora. Fã da saga Harry Potter, ela foi um dos membros do Potterish, um dos sites mais importantes sobre o célebre bruxo; e teve a oportunidade de conhecer os protagonistas da série ao visitar os Estados Unidos. Nesta ocasião, justamente aos 18 anos, viajou por vários países, entre eles Inglaterra, França, Itália e Suíça.

Suas peripécias atraíram o foco da mídia, tais como Folha de São Paulo, Estadão, TV Cultura, Disney Channel, rádio Record de Londres e Época, revista que a comparou a autoras do quilate de Cassandra Clare e Alexandra Adornetto. Hoje a jovem escritora se dedica de corpo e alma à literatura e atua amplamente nas redes sociais. 

Editora: Fantasy/ Casa da Palavra

Autora: Carolina Munhóz

Origem: Nacional

Edição: 1/2012

256 Páginas

Preço: R$ 25,40

Capa: Brochura

Formato: Médio




terça-feira, 23 de outubro de 2012

"Fábrica de Diplomas" (Felipe Pena)


Deseja mergulhar em uma trama policial arrepiante? Recomendo sem hesitar este romance!
Com esta obra, a princípio intitulada O Analfabeto que Passou no Vestibular, Felipe dá início à trilogia do campus, composta também por O Marido Perfeito Mora ao Lado e O Verso do Cartão de Embarque. Os três volumes são protagonizados por Antonio Pastoriza e o narrador, na terceira pessoa, tece um complexo retrato psicológico de cada personagem.

É divertido imaginar que Antonio possa ser o alterego do escritor, pois não casualmente os dois são graduados em Psicologia, lecionam na Universidade e exercitam a literatura ou, como frisa o protagonista, uma espécie de ficção jornalística policial. Embora Pastoriza crie somente em sua língua nativa, o espanhol, e se oculte sob pseudônimos inusitados.

Apesar de não ser um detetive profissional e muitas vezes duvidar de seu poder de análise, é sempre indicado para investigar casos complexos que se desenrolam no contexto universitário. Neste caso ele é diretor da Faculdade de Psicologia da Bartolomeu Dias e auditor da Universidade.

Quando Adriana, uma estudante de Farmácia da Unidade Tijuca, vizinha do Morro do Borel, é atingida em pleno campus, após uma fuga alucinada pelas ruelas estreitas da favela, o reitor e proprietário da Universidade, Jaime Ortega, pede a Pastoriza que desvende o significado de uma letra de funk encontrada junto à aluna e descubra qual a conexão deste papel com o crime.

Aos poucos uma rede intrincada se revela. Qual a ligação entre Lucas, o analfabeto que passou no vestibular da Universidade, e altas figuras da sociedade carioca? Porque ele atirou em Adriana? O iletrado é realmente um ignorante que mal sabe se expressar? Como Nicole, ex-namorada do analista, obtém seus furos de reportagem?

Quem é o Doutor? Qual o papel de Vasconcelos, chefe da Polícia Civil, nesta trama ardilosa? Há algum vínculo entre a venda de cotas da Universidade para os americanos e o crime no campus? Até onde iria o senador Raul Silvério, proprietário do Centro Universitário Provinciano, para destruir Ortega, seu principal adversário?

Pena mergulha no cerne do conflito entre as milícias e o crime organizado. Duas estruturas marginais que se revezam nos morros cariocas e dominam seus moradores. É entre esses poderes paralelos que Adriana acidentalmente se interpõe. Na letra do funk ela inscreve uma mensagem misteriosa, em torno da qual a trama se desenvolve.

À medida que Pastoriza, com a parceria e cumplicidade do detetive Rover, segurança da Faculdade, avança em suas investigações, expõe inevitavelmente as entranhas da Universidade, indicando os rumos preocupantes do ensino em nosso país. Sua ligação com os meandros da política, da imprensa e do crime organizado alimenta uma estrutura viciada que compromete os rumos da educação no Brasil.

Felipe Pena é certamente um bom contador de histórias. Às vezes divaga ao discorrer sobre a decadência da educação universitária, principal foco de sua obra. Nestas ocasiões o autor quebra um pouco o ritmo da trama eletrizante, mas seu poder de unir perfeitamente todos os fios da trama transforma essas digressões em mais um artifício narrativo.

O autor intensifica o suspense ao concluir cada capítulo com uma ponta de mistério. Ele constrói e desconstrói seu romance policial com desenvoltura e boas doses de ironia. Ao mesmo tempo que cria uma história saborosa neste gênero tão desprezado no Brasil, ele se sente à vontade para refletir sobre o mesmo e até para tecer algumas críticas saudáveis, especialmente através de Pastoriza.

Transparece no texto a paixão do escritor pelos romances policiais; aqui e ali tece inúmeras referências literárias, particularmente aos autores deste gênero, como Rubem Fonseca e Dostoiévski, que explora esta vertente em alguns de seus clássicos. Mas também cita Freud e Ferenczi em suas viagens psicanalíticas. Mesmo assim Pena não se enquadra na categoria dos escritores que esbanjam erudição e escrevem para raros; faz questão de privilegiar o leitor, não os críticos. 

Muitas surpresas e reviravoltas aguardam o leitor nesta jornada. A revelação da identidade do vilão é surpreendente. Aliás, esta é uma das passagens mais brilhantes do livro. Nela o autor aproveita para meditar sobre a própria estrutura narrativa do gênero policial através de seu protagonista, quando assume a posição do leitor e tenta através de seu olhar descobrir quem é o Doutor. Genial!
 Felipe Pena é jornalista, psicólogo, doutor em Literatura pela PUC-Rio, pós-doutorado em Semiologia pela Universidade de Paris/Sorbonne III, leciona na Universidade Federal Fluminense, mas se considera um ignorante por decisão própria. Também escreve roteiros para TV e crônicas para o Jornal do Brasil. O autor reside no Rio de Janeiro.

Editora: Record

Autor: Felipe Pena

336 Páginas

Ano: 2011

Volume: 1

Preço: R$ 34,90

Capa: Brochura

Formato: Médio

Edição: 1

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

“Jung, O Místico” (Gary Lachman)


Outro super lançamento da Editora Cultrix, não só para os estudantes de psicologia, mas também para todos os interessados em compreender as questões humanas essenciais que atravessam a nossa era.
 
 

Carl Jung é incansavelmente considerado o “pai-fundador da Nova Era”. Mesmo assim ele fazia questão de impedir que seu nome fosse ligado explicitamente ao universo místico ou sobrenatural, embora sua existência tenha sido povoada por vivências sobre-humanas.

O autor esmiúça a biografia e a obra de Jung sob o ângulo dos paradigmas esotéricos cultivados no Ocidente e insere o analista na mesma esfera de outros significativos pensadores do esoterismo.  Ele investiga sua vida, seus esforços para vencer os desafios da jornada e as relações com o outro.

Esta nova biografia do terapeuta analisa explicitamente e de forma breve o desempenho essencial das concepções, práxis e vivências místicas de Jung em sua trajetória profissional; aqui está presente outra dimensão de um dos mais importantes pensadores da era moderna.

Editora Cultrix, 2012

Autor: Gary Lachman

Origem: Nacional

Edição: 1

280 Páginas

Preço: R$ 39,50

Capa: Brochura

Formato: Médio


 

 

 

terça-feira, 2 de outubro de 2012

“O Mercador de Livros Malditos” (Marcello Simoni)

Aqui vai mais um lançamento quente da Editora Jangada. Com certeza é um daqueles thrillers eletrizantes que não deixamos de lado até chegar à última página. Assim que ler, prometo contar mais detalhes. Por enquanto, segue a sinopse do livro.
 
 
Em 1205 um religioso escapa de um regimento de cavalaria com um tesouro nas mãos, um artefato que não pretende ceder a seus adversários. Treze anos se passam e um aristocrata de Veneza confere uma tarefa a Ignazio de Toledo, um vendedor de relíquias. Ele deve encontrar uma obra muito rara, a qual pretensamente traz em suas páginas as regras ancestrais da cultura dos talismãs orientais, com as quais se podem evocar seres angelicais e seu saber sagrado.
Desta forma tem início a perigosa jornada de Ignazio. Ele sai à procura de um manuscrito que foi dividido em quatro frações e prudentemente oculto, selado com complexos enigmas. O problema é que o livro é disputado também por outras pessoas. Quem será o primeiro a encontrar seu esconderijo? E até que ponto aqueles que o buscam estarão dispostos a se arriscar para decifrar seus enigmas?
 
Editora Jangada, 2012
Autor: Marcello Simoni
Origem: Nacional
Edição: 1
368 Páginas
Preço: R$ 39,90
Capa: Brochura
Formato: Médio

terça-feira, 25 de setembro de 2012

"Agora é Pra Valer!" (Márcia Luz)


Pessoal, esse é um livro realmente especial. Embora seja hoje um sucesso na lista dos mais vendidos na categoria de negócios, ele tem o poder mágico de transformar cada um de nós. Basta ler, exercitar e querer.
Poucos livros me surpreenderam e me emocionaram tanto. Não concordo que as lições aqui contidas se dirijam tão somente aos executivos, à esfera empresarial. Acredito que todos se identificam com os princípios expostos nesta obra, pois de uma forma ou de outra, em nossas vidas, assumimos várias vezes o papel de líder.

Aliás, mesmo quando não temos a oportunidade de vivenciar a liderança, alguns conceitos ainda assim se aplicam a nossa existência. É fundamental refletir sobre os princípios que a coach, Beatriz Sampaio, transmite ao protagonista, o gerente Lúcio Queiroz.

Logo na Introdução a autora esclarece que se inspirou em vários gerentes que passaram por seu consultório na criação de seu personagem. Assim, fica claro que seu perfil psicológico não é mera ficção, e sim fruto de uma realidade ainda persistente em nossos dias. É curioso perceber que não é uma questão de faixa etária, pois Márcia enfatiza que muitos deles são mais novos que seu explosivo empresário.

E garanto que qualquer semelhança com a realidade não terá sido mera coincidência. Não inventei nada, nenhuma das atitudes extremas do personagem, por incrível que possa parecer, foram fruto de minha imaginação. Apenas misturei episódios protagonizados por alguns gerentes que conheci em meus 20 anos de trajetória como formadora de gestores.

Lúcio é diretor comercial do Grupo Brandão. Ele é casado há mais de vinte e quatro anos com Vera, mas seu empenho obsessivo na esfera profissional provocou o fim de seu matrimônio. Não suportando mais a desatenção e a indiferença, a esposa pede a separação e se afasta definitivamente do marido, embora seu coração ainda insista em ser fiel a ele.

O executivo segue em sua jornada autodestrutiva. Educado em um contexto repressor, guiado pela diretriz de que ‘manda quem pode e obedece quem tem juízo’, ele alimenta uma mentalidade conservadora e um gênio terrível. Discípulo dos preceitos exercitados por antigos gestores, ele acredita realmente que está agindo corretamente ao intimidar, desrespeitar, julgar, acusar e demitir seus funcionários, sem ao menos ouvi-los ou dar-lhes uma segunda oportunidade.

Ele passa como um trator sobre todos, sem sequer se importar com as conseqüências. Tudo que deseja é superar metas a cada ano e preparar a seara para que seu filho, Alexandre, assuma posteriormente a presidência da empresa. Lúcio não percebe, porém, a dimensão do abismo que se estabelece entre ele e seu herdeiro.

Alexandre, seu pai tem dez anos a mais do que eu. Isso não é desculpa para ser tão retrógrado, eu sei. Ele aprendeu a gerenciar por tentativa e erro. Foi criado num mundo onde o militarismo imperava. O “manda quem pode obedece quem tem juízo” era considerado o lema da época. Lúcio sempre teve dificuldade para se relacionar com gente, então se escondia atrás de uma carga monstruosa de trabalho. (...) Olha, todos temos na cabeça o pai ideal e o pai real. Amadurecer é perceber que o pai ideal não existe.

Alexandre representa novos valores, mudanças de paradigmas irrefutáveis, um modelo de gestão mais humano, que dá ênfase ao diálogo, ao respeito, à compreensão do outro. Aos poucos esse choque de ideais e de visão de mundo gera uma distância inevitável entre pai e filho. A ruptura total se concretiza em um episódio envolvendo Suzana, uma das vendedoras do Call Center.

Lúcio se irrita com ela quando a jovem transmite uma informação incorretamente; sem nem mesmo se importar com sua gravidez avançada, ele a agride verbalmente e chega ao auge da cólera quando a gerente da equipe intervém; irado, bate a porta com tanta intensidade que ela se despedaça em milhares de fragmentos. Suzana imediatamente procura Alexandre, receptivo e atento com os subordinados.

Alexandre fica chocado com a atitude paterna; os dois travam uma discussão acalorada e o jovem pede demissão. Além disso, avisa ao pai que irá trabalhar com seu maior adversário, Jairo Martins, outro representante da gestão moderna. Tudo se agrava quando o jovem deixa o apartamento que divide com Lúcio.

O coração do protagonista não resiste e ele quase morre. A partir deste momento ele passa a refletir sobre sua vida, especialmente porque não recebe uma única visita no hospital. É neste contexto que conhece Beatriz Sampaio, voluntária no Cardio Help. A princípio ele não aceita ajuda, mas logo desmorona diante da doçura e da competência da coach.

O fundo do poço não era o lugar onde eu queria estar nesta tarde de sábado. Mas como poderia me sentir de outra forma deitado num leito de hospital depois de quase morrer? O que me vem à cabeça não são flashbacks ou simples recordações do passado; a minha estória pregressa me afeta hoje, me afeta nesse momento, embora lá vão pelo menos dez anos desde que meu mundo começou a desabar.

Gradualmente Lúcio percebe que não pode mais continuar agindo da mesma forma. Disposto a mudar, ele se alia a Beatriz e com sua assessoria vai tecendo sua mudança interior e uma nova concepção de gestão. O primeiro passo é conhecer a si mesmo; o segundo é perceber como é visto pelos demais; o terceiro é se aceitar totalmente; o quarto é despertar no íntimo o seu melhor. Aqui permito ao leitor que caminhe até a conclusão da narrativa e descubra por si mesmo a quinta lição, a mais significativa, essencial para todos.

Uma etapa de cada vez, Lúcio vai superando obstáculos e dificuldades e vencendo seu pior adversário, ele mesmo. Aprende a buscar a opinião dos outros sobre suas atitudes, e a dar o feedback positivo a seus subordinados. Encontra em sua essência forças para se controlar, humildade e o poder de amar e perdoar.

Quem de nós nunca sentiu a necessidade de se modificar, de consertar erros cometidos, de reconhecer suas fraquezas, de estabelecer intimidade com as pessoas a nossa volta, de perdoar e ser perdoado? Este livro permite ao leitor se tornar um ser humano melhor se estiver disposto a percorrer o mesmo caminho seguido por Lúcio Queiroz.

Márcia presenteia o leitor não somente com um livro, mas antes de tudo com um roteiro que nos permite conquistar uma segunda oportunidade. Marcas e cicatrizes permanecem, mas mesmo elas nos preparam para o necessário amadurecimento emocional e espiritual, e assim um novo eu pode emergir e alçar vôos mais ousados.

Li somente com os olhos, mas vez por outra os lábios acompanhavam:

Quando diz coisas estando em momentos de raiva, suas palavras deixam marcas como essas. É o mesmo que enfiar uma faca em alguém, e depois retirá-la. Não importa quantas vezes peça desculpas, a cicatriz continuará lá. Uma agressão verbal é tão ruim quanto uma agressão física.

É. A cicatriz ficou. O desafio é não produzir outras.

A trama, bem estruturada e inteligente, diverte e ao mesmo tempo emociona o leitor. A leitura é leve, fluida e saborosa. E proporciona momentos de indispensável reflexão. A capa é criativa, lembra na verdade uma história apocalíptica, atmosfera que traduz perfeitamente a sensação de aniquilação de um velho ser e seu renascimento.
Márcia Luz é psicóloga, pós-graduada em Administração de Recursos Humanos, especialista em Gestalt-terapia e mestre em Engenharia de Produção. É também coach executiva e pessoal. Ela é sócia-presidente da Plenitude Soluções Empresariais Ltda. A autora publicou igualmente outros livros: Lições que a Vida Ensina e a Arte Encena;  Outras Lições que a Vida Ensina e a Arte Encena; e Construindo um Futuro de Sucesso.
Editora DVS, 2012
Autora: Márcia Luz
Origem: Nacional
Edição: 1
176 Páginas
Preço: R$ 18,50
Capa: Brochura
Formato: Médio

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

"Memes Recebidos"

Oi Pessoal

Recebi um meme muito fofo da Elisandra do blog A Magia Real e este selinho mágico.



Ela me indicou uma TAG que tem as seguintes regras:

* Criar um post e responder as questões de quem lhe enviou a TAG;
* Criar 11 perguntas diferentes para passar adiante;
* Escolher 11 blogs para dar a TAG colocando o link dos mesmos no post;
* Avisar os blogueiros escolhidos.

Perguntas que recebi da Elisandra:
1. Um local onde gosta de estar.
No quarto sobre a laje da minha casa. Muito zen, fico com minha gatinha e cercada de livros... shaushaus

2. Quantos livros leu até agora neste ano.
Nossa essa é difícil de responder; foram tantos... da próxima vez prometo que vou contar... shaushaus.

3. Quantos livros já comprou esse ano.
\o/ Pelo menos uns 50... recebo muitos livros das editoras e dos autores.

4. Um dia perfeito.
O dia em que fui na Bienal 2012, ganhei o autógrafo da Allyson Noël e tirei uma foto ao lado dela. Demais!!!!!!!!!!

5. Qual a pessoa que mais admira.
Admiro a força, a coragem, a determinação da Carolina Munhoz e de vários outros autores novos.

6. Uma decepção.
O campo de trabalho do jornalismo literário: só para raros.

7. Sua flor favorita.
A rosa azul... mas acho que essa só existe em outras dimensões shaushau.

8. Sua comida favorita.
Massas. Adoro!!!!!!!!!!!

9. Seu dia da semana preferido.
Sexta-feira, início do fim de semana.

10. Mês do ano que adora.
Dezembro... ares de Natal e é quando meu grupo de Folia de Reis entra em ação. Também amo agosto, mês do meu niver... muitos presentes... shaushau.

11. Qual seu autor predileto.
Ai são tantos... Mas vai, Guimarães Rosa, não prá parecer chic, mas porque seus livros me trazem muitas lembranças boas, Minas, contadores de estórias, uma fase bem legal da minha vida. E os irmãos Grimm, mais Hans Christian Andersen, por me apresentarem as fadas e outros seres encantados. Sem falar no Tolkien, em J. K. Rowling, Allyson Noël, e outros tantos.

Minhas 11 perguntas:
1. O livro que marcou sua vida.
2. A pessoa que mudou os rumos do seu destino.
3. Seu filme preferido.
4. O que faria pela paz mundial.
5. Um sonho que deseja realizar.
6. Uma série literária que te cativou.
7. Se fosse escrever um livro, sobre o que seria e em que gênero.
8. Um momento inesquecível.
9. Um amigo ou uma amiga especial.
10. Produz melhor à noite ou de dia.
11. Um autógrafo especial.

Blogs indicados para o selo e a TAG:
1.  Baby Lorentz
2. Bookaholic World
3. Blog do Leheitor
4. Dear Book
5. Dezesseis Não é Criança
6. Li Reli e Gostei
7. Curioso Inovador
8. Diário de um Anjo
9. Menina da Bahia
10. Viagem Literária
11. No Mundo dos Livros








 

 

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

"O Natal das Fadas"


Há dois meses a Fadinha Pituka partia para outras esferas. Mas, como disse alguém muito especial, a "morte" é só uma diferença de vibração. Estamos mais próximas que nunca. Como logo será Natal novamente, a Pitukinha aproveita para contar uma aventura que se passou justamente nesta ocasião.
 
 
Sempre me disseram que os gatos têm sete vidas. Nunca tive razões para refletir melhor sobre essa antiga história, mas agora eu certamente acredito nisso. Algumas travessuras já me colocaram em perigo antes, mas desta vez foi por um triz, e a culpa nem foi minha. Fico me perguntando: quantas vidas já terei perdido? Quantas ainda me restam?

Bem, vocês devem estar curiosos. Então vou direto ao ponto, embora nem tanto, porque é tão legal criar um ar de suspense, deixar todos imaginando o que, afinal, quase me roubou uma de minhas vidas... Assim quem sabe conquisto alguns leitores? Legal, também não precisa enrolar tanto, não é?
 
Tudo aconteceu às vésperas do Natal, essa festa criada pelos humanos... parece que é aniversário de um cara importante, Jesus. Acho que ele também tinha sete vidas, pois pelo que sei enfrentou muitas ameaças, desde pequeno, e saiu vivo de todas, sem nem um arranhão. Mas na última não teve como fugir, foi pregado em uma Cruz – ah! Eu não suportaria isso não! Embora eu também enfrentado uma provação cruel, assim como minha mãe, que passou ainda mais perto da Senhora Morte.
Pois bem, todos estavam ocupados em comprar, montar árvores de Natal, preparar tudo. Eu acompanhava o movimento da cama macia que me abrigou neste período. O pai da Aninha, minha ‘mãe’ humana, estava viajando e ia voltar justamente no dia fatal. Como ela estava hospedada por algum tempo no quarto dele, eu também me refugiava ali. A gente fazia a festa, ouvindo som até tarde enquanto ela lia sem parar; acho que era o último livro do Harry Potter.

Pena! Tudo que é bom acaba logo. No dia em que o pai da Aninha estava voltando ela teve que desocupar o quarto. E eu também. Aí minha ‘mãe’ aproveitou para lavar a colcha colorida, com carinha de meninas que mais pareciam fadas, sobre a qual eu sempre adormecia.

Era uma manhã de segunda-feira. Já viram dia mais chato e entediante? Sem o edredom eu não podia fazer alongamento nem dormir em cama alguma. Então segui minha mãe Milly e fomos passear pelo quintal. Quem sabe a gente encontrava algum tesouro? Tinha cheiro de cachorro em cada canto.

Argh! Aroma de Ryan, meu irmão adotivo. Não me entendam mal, eu até gosto dele, mas é enorme e tem um jeito meio traiçoeiro. A qualquer momento pode me atacar. Prefiro manter a distância. Ele ficou solto o dia todo no domingo, pois estava muito calor e todos foram a uma festa; nós, os bichinhos, ficamos em casa, para variar. O danado do cachorro não parou de latir um só instante. E sobrou prá nós. Calma, vocês vão entender.

 
Princesinha Pituka



Continuamos nossa exploração pelos arredores e, de repente, minha mãe farejou algo do lado, quase embaixo do carro. Hummmm! Um pedaço suculento de carne com arroz, tudo bem temperadinho!!! Deu água na boca, ou melhor, no focinho. A gente sabia que era errado comer aquilo, pois nossa ‘mãe’ humana só permite ração em nosso cardápio, nada mais. Ah! Quem pode dizer que resistiria a essa tentação?!

Nhoc! Percebi que minha mãe já estava devorando a raridade gastronômica; eu tinha que agir logo. Fui chegando devagarzinho e tratei logo de comer o resto. Quem mandou vacilar, não é? A mamãe felina comeu a maior parte. Na hora fiquei com raiva, mas depois agradeci muito ao tal Jesus. Parece que ele está sempre pronto mesmo para salvar a gente, não é?

Poucos minutos depois comecei a sentir uma sensação estranha no estômago. Uma dor, um enjôo esquisito; e só piorava. Comecei a gemer no jardim, mas a Aninha não deu muita importância porque eu sempre faço isso para chamar a atenção. Quem manda querer enganar os outros? Depois ninguém mais acredita em você.

Consegui me acalmar um pouco. Quando a Aninha ficou livre das obrigações, me pegou no colo e logo eu estava deitada no meu sofá – oops, meu e da Milly. Pouco tempo depois percebi que minha mãe estava bem mal. Nessa hora a ‘mamãe’ humana estava sozinha; sua irmã mal tinha saído e a Milly já começou a miar de uma forma estranha; estava babando sem parar e começando a sufocar.

A Aninha levou um susto; tentou socorrer minha mãe, mas não sabia o que fazer. Ela correu para o telefone e pediu socorro aos médicos da clínica que de vez em quando eu freqüentava. Como estava sem carro, procurou desesperadamente seguir as orientações da doutora. Abriu a boca da minha mãe e seu dedo desceu pela garganta dela – quase vomitei vendo essa cena!

Entendi depois que ela estava verificando se nada estava obstruindo a tal da glote – lugarzinho perigoso, pois se alguma coisa para ali e tranca a entrada de ar, a gente morre sufocada. Minha ‘mãe’ humana queria também provocar o vômito, porque assim a Milly podia expulsar do seu corpo qualquer elemento estranho.

Nada adiantou. Então finalmente decidiu pedir ajuda ao seu primo, o Tiago. Enquanto ele vinha ao nosso encontro, a Milly correu na bacia de areia e eliminou pelo menos algumas toxinas, expelidas pelo intestino. Eca! Eu já estava apavorada, pois meu organismo já dava claros sinais de que não estava bem.
 
Milly, a Fada-Rainha


E ainda por cima tive que ficar sozinha enquanto eles levavam minha mãe ao hospital. Minha mente disparava na velocidade da luz; meus pensamentos nem faziam mais sentido. As dores irradiavam por todo meu corpo; estava em pânico, por mim e pela mamãe. Será que a gente ia morrer?

Soube mais tarde que o Tiago praticamente transformou seu veículo em um carro voador. A Milly mal entrou e já foi conduzida ao consultório da Doutora Alice. Ela imediatamente diagnosticou envenenamento por chumbinho. Como a gente podia adivinhar que tinha veneno naquele banquete dos deuses?

Agora sei que nada cai dos céus; é bom sempre desconfiar quando certo tesouro brilha diante de seus olhos. Resistam! Não cedam! Com certeza é uma armadilha. E nem era para nós! Quem preparou tudo tão direitinho tinha outra vítima no laço. Adivinhem quem?

Se pensaram no Ryan, atiraram no alvo. Os criminosos que tentaram nos matar imaginaram que ele ficaria novamente no quintal. Mas é raro ele caminhar pela casa à luz do sol. Normalmente o cachorro permanece na parte superior, que chamam de laje, e só desce à noite.

Ao contrário de mim e da mamãe; só não teríamos caído nesta cilada se fosse um dia como outro qualquer, sem maiores alterações. Naquela segunda tudo estava diferente por conta do retorno do dono da casa. E nós também saímos da rotina; há algum tempo em repouso para nos recuperarmos de uma crise séria de coluna, sem ver ou sentir o sol há vários dias, optamos por um passeio sob a luz solar.

E o resultado foi esse: comemos chumbinho disfarçado de ceia natalina. Vocês devem estar se perguntando: quem foram os cruéis vilões? Capazes de envenenar bichinhos inocentes – bem, nem tanto... -, e ainda na proximidade do Natal? Certamente eles não entenderam bem as lições do homem chamado Jesus.

Conheço um pouco do Evangelho porque participo de sua leitura com minha ‘mãe’ humana. Já esse vizinho perverso não deve ter prestado atenção alguma nos ensinamentos desse Mestre. Pronto, já entreguei o jogo; não podemos provar, mas ele simplesmente odeia o Ryan, e nunca escondeu de ninguém a sua rejeição. E só da sua casa seria possível jogar comida envenenada no quintal. O que vocês acham?
 

Fadinha Pituka
 
 
Ah! Claro. Querem saber o que aconteceu com a gente, não é? A essas alturas devem imaginar que pelo menos eu não morri, pois estou narrando nossas aventuras; a menos que eu fosse um narrador morto, tem alguns na literatura, não é? Bom, deixa prá lá! Vamos ao que interessa.

Minha mãe ficou internada e a Aninha voltou angustiada. Eu sentia dores cada vez mais fortes; meus nervos pulsavam e eu mal podia respirar. Não demorou muito e ela percebeu que eu não estava bem. Na verdade já tinha imaginado que também tinha comido o tal veneno.

Como o Tiago já tinha ido embora, ela recorreu à irmã, que tinha retornado. Fui levada à clínica, rezando para não morrer. O diagnóstico não poderia ser outro: chumbinho. Fiquei internada também, ao lado da gaiola de minha mamãe. Passamos as piores 24 horas de nossa vida. Dor, mal-estar, medo, angústia, e até minha mãe, que tem muita dificuldade para vomitar, livrou-se das substâncias tóxicas pelo focinho.

A Aninha praticamente nem dormiu aquela noite. Rezou até se cansar. E procurou confiar em Deus. Quem sabe Jesus fazia um daqueles milagres que encantavam e surpreendiam a todos naquela época? Podia ser um milagre de Natal. Que tal? Pois foi o que aconteceu.

No dia seguinte recebemos alta. Inacreditável! Estávamos vivas. A médica recomendou que a gente ficasse em total repouso. Deixou a Aninha preocupada quando disse que mal nos moveríamos por causa da dor. Achei desde o início que tudo era um exagero. Apesar do susto e do pavor que experimentei, naquele momento me sentia bem melhor.

E assim foi. Mal chegamos em casa e já fomos matando a saudade de cada cantinho. Os dias se passaram e nos recuperamos. Eu e mamãe agora acreditamos de verdade na história das sete vidas. E desde então temos algo em comum com os humanos: um Natal para comemorar, um aniversário para celebrar.